sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

cinzas de cor

peguei

o bonde do destino

pulei

de vagão em vagão

fiz da euforia

um hino

conheci

uma princesa de rosa

de tanto cantar fiquei rouco

meu suor fez

salgado o

chão

 

o dia a se fantasiar de noite

a noite a se fantasiar 

de dia

tristeza com chapéu de alegria

a alegria por si só

fantasia

  

captei o princípio

da rua

andei do início ao fim

 

eu passei pelo bloco

ou foi o bloco que passou por mim

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Iludere carnavalis rebolation

Um pouco de você

pros outros

já e muito de você

 

(entenda que neste bloco já não há espaço para a desilusão)

 

10 minutos de alguém

é um universo

acredite

 

(e tudo o que é desconhecido pode ser guardado no bolso)

 

não tire retratos

vista seus olhos;

 

é  impossível fotografar a neblina da festa

domingo, 7 de fevereiro de 2010

É que eu vi um carnaval de caixa e zabumba. O coro eufórico das pastoras, já pensa na próxima, emenda naquela, fechando os olhos pra escutar melhor. E é bloco porque é bloco de ato, espaço fica pequeno pra tanto corpo descalço. Quem combinou foi o acaso,  sem pensar no fato, pelo simples instinto de combinar os lados. Se fantasiou de rei e resolveu brincar. Fez juntar a caixa com zabumba,  as pastoras com as ovelhas, novas e velhas, ovelhas brancas e cinzas e negras. Quem chega pára pra ver aquela união estável. Um rio fluindo numa poça, esse bloco que desfila e canta

 parado:

“sintonia do amor

sintonize agora por favor”

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

saudades banais

pela madrugada

chutar uma amêndoa como se fosse uma bola

pra testar quanto tempo

se leva a mesma amêndoa

com os pés pela estrada

 

se prende a um ponto amarelo

mais cedo ou mais ou mais tarde

se descasca e rosa

 

te leva

essa amêndoa sem rumo

pensa agora só no 

caminho

(a

cabeça baixa

mirando

o vazio

atenção difusa na

estrada parada

e só 

o que gira

é amêndoa)

 

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