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sexta-feira, 18 de março de 2016
sexta-feira, 23 de março de 2012
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Avançam Marés
Avançam marés
(Ricardo Elia/ Pedro Gracindo)
Foi culpa da lua
Não tardou iluminar
Noite fez manhã
No escuro se via
É o dia, é o dia
Num olhar
Avançam marés
O homem e a mulher
Corre,
Não se esqueça,
Não esqueço
Que o medo é o começo
É preciso mais que o medo
É preciso mais
É cedo
Ter coragem
Caminhar
Que ainda é cedo
Ainda é pouco
É tão pouco ou quase nada
Pro luar
Ela que empurra as palavras pra fora
Influi no oceano
Mais branca que o sal
Ela que empurra as palavras pra fora
Influi no oceano
Mais branca que o sal
Ela que invade os meus olhos
Sorrindo no olhar
Ficando mais tempo a mirar,
Aquele tempo
De pensar ainda é tempo
Caminhar
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
gigóia
agudas médias crianças
não tão graves quanto
caminhões.
um céu que não permite lembranças
as mais silenciosas manhãs...
Fios de paz
inundam as folhas;
micos gambás se equilibram
nos muros.
Um pedaço de festa
com água por todos os lados;
ilha
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
O tempo do livro
Ontem, não sei por que, parei de ler uma crônica da Clarice Lispector para refletir sobre o tamanho da felicidade da pessoa que, pela primeira vez, colocou idéias num papel, uniu em folhas sequenciadas e nomeou a revolucionária invenção:
livro.
Até então, desconfio que as idéias eram escritas em longos pergaminhos. Ou seja, uma folha enorme, escrita de cima para baixo, que ia sendo enrolada, enrolada; quanto mais enrolado fosse o escritor.
Pensando em termos de discurso, acho que o livro tem algumas vantagens (mas não quero aqui defender que voltemos a lavar as roupas no tanque) em relação à verticalidade dos pergaminhos ou sites na internet.
Pula-se de uma página para outra com a felicidade de quem dobra uma curva pedalando e vê uma praia desconhecida despontar. Virar uma folha é como subir um degrau, avançar rumo ao desfecho mortal de um fim.
(Não se pode frear o fim de uma vida como se pode frear o fim de um livro).
Eu gosto do som sutil das páginas viradas - farfalhar das asas em vôo.
Do cheiro das folhas de papel: meu sonho de infância era ser dono de banca de jornal.
Do tato. As páginas precisam de nossas mãos, todos os livros foram escritos pelas mesmas mãos.
O que mais me deslumbra: seu tempo.
Cada livro tem um ritmo, mas não é disso que estou falando. Refiro-me ao tempo do livro. Livros não são escritos para serem lidos de uma vez.
Livros são feitos para serem degustados aos poucos: um pedaço de torta alemã ou uma noite ao lado da pessoa amada.
Um livro inunda uma tarde, uma noite, inunda uma semana. Alguns inundam meses.
Livros molham e secam. Livros gostam de se perder, mas acho que gostam mais de serem encontrados. Livros podem não ter valor algum como podem ter o maior valor do mundo. Livros bons não envelhecem, assim como idéias boas também não.