domingo, 28 de setembro de 2008

Dançarina de carimbó

Começou num boa noite
Dois segundos a mais nos olhos
Olhos nos olhos
Negros do rio
A dança que chama
Preenche o vazio
O fogo pega mais fácil
A salvo do vento
Correndo lento correndo
No meio do barco
A beira do rio.

É dança que queima
misteriosamente
Faz acreditar na possibilidade
Desenha imagens
Contorna margens
Tinta da vontade:
O desafio.

Pra quem espera
A beira do rio

Que seguir adiante, como quem nada viu
É não fazer o bastante
Ignorar o instante
Esquecer do arrepio

O vento ajuda
Quem se joga sem medo no rio
Certeza é a filha do desafio
Noite sem correnteza

Não há lugar pra tristeza
Quando um vento constante sopra gelado
transforma pensamento em verdade
usando a vontade, nada mais que vontade
na beira do rio.

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