quarta-feira, 30 de junho de 2010

arrebatadora paixão vespertina na fila pra tomar vacina contra gripe suína


me levou pra fila

certa, a fila dos menos

de 30

 

foi olhar

me encantei na hora

conversa de fila

de vacina

 

o corredor chegando

as curvas se abrindo


o tempo é infinito

um bom infinito de fila

 

largou algumas sobre si

tentei completar por aqui

pegar bolinhas

de sabão no ar

sem destruir

 

(seu nome ainda não tinha)

verdadeiro encontro dispensa o nome

 

tomada a vacina

saímos juntos

papeando copacabana

atravessou

Nossa conversa sem

fazer barulho

comissária de bordo

uma vida

viajando

lado a lado

na nossa

senhora

só não contava com aquela curva

que curvou sem muito pestanejar

- Eu moro aqui, vou dobrar

-Prazer

-Prazer

E foi

e

tudo que passa na mente

de um sonhador consciente

Não há como explicar

lidar com aquilo que antes de ser

já era, não foi, já foi

sei lá

 

só escrevendo algumas linhas

pra

dar razão de vida

àquilo que jamais

será

?

2 comentários:

Luanne Araujo disse...

rs escrever é mesmo dar vida àquilo que não foi e talvez nunca será, mas de algum modo acaba sendo...

Ricardo Elia disse...

sim, Luanne: escrever é dar vida.

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