domingo, 14 de março de 2010

carta aberta


no cheiro do

pescoço da menina depois do amor

 

eu sinto a morte

vivendo a vida

um pouco dela, essa

menina


(morte é palavra feminina)


amor é arte

eu sou você

não é ciência


fazem cinema

minhas mãos

nas costas dela

 

o melhor poema:

dedos descem pela costela

eu-lírico nos seus ouvidos

verbos de vento

sem tempo

sem som


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