quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ninguém avisou pro galo


que já é horário de verão

dias de 47 horas

sem dormir a vida em amarelo loucura

ouvidos que batem na porta e parede

os olhos com sede
a sede dos olhos

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

poesia não tem data

que o que
escapa ao corpo é atemporal

nem momento
nem hora

o agora se faz sem história

na ponta do dedo

o anti-momento

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas

acordar de um sonho
(qualquer um)
é ter na mão

o vento que passa e não pára de passar
a prova que acaba
antes de começar
não use os segundos pra contar
esqueça a unidade

ação
espaço
tempo
lugar

a cabeça não sabe onde foi

sobra só uma pista cifrada

a consciência não chega
lmitada tadinha não sabe de nada
limitadatadinha

ela não sabe de nada

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

soar

palavras tão longe
do mundo
apesar
de sempre tentar explicar
apesar
de quase sempre escapar
todo ele

insistem em dizer

menos nomes

do que coisas a nomear

seguem as linhas

mas há no mundo mais que ar
no mundo mais que ar

quem cala
fala em silêncio
cala mas fala em silêncio
cala
mas fala sem dizer

pode ser que eu me esqueça o final
pode ser e daí
mas não tem importância real
sentir é tão grande
maior do que dá pra dizer

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