terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Divina Comédia

Ah! Divina Comédia
Comédia de Deus
que fez o mundo em 6 dias

Divina Comédia
Comédia de Deus
que fez o mundo em 6 dias

E no sétimo fez o homem
que em seu sétimo dia

Sentou-se no sofá
pra ver televisão
e rezar a Ave-Maria

Esse homem é bicho estranho
que crê na salvação
Mas mata cospe e corre
por dinheiro sem perdão

Guardar lugar no céu
é vagar lugar na mente
Aqui se faz, aqui se paga
sem fiado ou costa-quente

Ah! Divina Comédia
Comédia de Deus
que fez o mundo em 6 dias

Divina Comédia
Comédia de Deus
que fez o mundo em 6 dias

e no sétimo fez o homem
que em seu sétimo dia

Sentou-se no sofá
pra ver televisão
e rezar a Ave-Maria

Pedir a salvação
que ele prometeu
na cruz no último dia

Pedir a salvação
que ele prometeu
na cruz no último dia.

(dá pra ouvir a música no treco ali em cima!)

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

aquilo que tem graça

Ontem a noite descobri
Num súbito insight
No instante em que tomava de canudinho uma caipirinha de lima da pérsia
que
A música une as pessoas da forma mais poderosa que existe
Só competindo
Nesse quesito
Com o amor
Físico e não físico.

Só me resta concluir da forma mais e menos brega do mundo:
Isso mesmo:
música é amor, amor é musica


Não sei que melodia me mordeu
Não vi a harmonia que me atropelou
(as lágrimas estão caindo no teclado, não repare minhas palavras úmidas)
Só sei que o mundo ficou bem mais claro

Minha filosofia barata eu não vendo
Dou de graça.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Coqueiro




O coqueiro separado debruçado sobre a pedra encrustada sob o mar

boiando uniforme
pelas placas tectônicas

boiando uniforme
pelas placas tectônicas

circundando-se movendo-se

sob a lei da gravidade


circulando-se transladando-se

sem dó nem piedade


entra vem logo pra ver
você não pode esquecer
que amanhã pode ser


dia de fúria no mar


[é com imensa alegria e depois de horas tomando uma surra desse tal de flash fetish - bem que o eduardo disse que não era mole - que boto no ar o primeiro post multimídia da janela da caverna]


leiam a letra, ouçam a música, vejam o coqueiro separado que me inspirou



obs 1: o Pepe me ajudou a fazer a harmonia da segunda parte
obs 2 : essa gravação tá bem tosca. em breve a versão oficial do Olho da Terra

terça-feira, 27 de novembro de 2007

rádio pirata

nesses momentos anteriores à consumação do fato

a gente fala umas coisas
admite outras coisas
que depois nem se lembra

é como sintonizar uma antena
que nos deixa com espaço
para o preparo da cena.

uma antena pequena

as vezes sai do compasso

antenas muito grandes

atrapalham o ato.

se for uma rádio pirata
ótimo!
o negócio é deixar sintonizar

sem medo de errar.

aproveite o espaço
se aproveite das pausas
que o silêncio é o melhor amigo da música

domingo, 25 de novembro de 2007

a moral da música

anti-anti-anti-ontem
acordei tentando escrever
umas palavras como se fossem música

{como?}retirando a carga de sentido
fazendo da amoralidade musical abrigo

nem o nem o si têm um lado da moeda
cada nota fala por si
sem emitir opinião
o lá#sustenido não prega
uma letra do alcorão
O F7M não teme
o dia do juízo final
O Dº diminuto, decididamente, não é judeu
o mi nem sabe o dia do natal...

a opiniã da música é a de não ter opinião
nem é sim
nem é não
passeando pelo mundo
nem com o sim, nem com o não.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

sem capacete




os olhares de 1 segundo
corridos de bicicleta
que só acontecem por causa dela:

a bicicleta.

olhares de relance
mas de uma profundidade tamanha

olhados com desleixo
forçados pela circunstâncias passageiras
de um passeio de bicicleta

as retas favorecem
visões mais aguçadas
mas os que tem mais graça
são os olhares improvisados nas curvas
sincronizados por forças extra-terrenas.

apesar de durarem 1 segundo
reverberam por horas
dentro da mente silenciosa do ciclista

desprevinido.
sem capacete.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

mais uma vez refletindo acerca das remotas origens do fazer poético e coisa tal e lá vai fumaça

a parte detrás do caderno,
como livros hebraicos

tomada de trás para frente de pensamentos para!didáticos
transformou-se neste atual milênio

em pixels todos do mesmo tamanho

que abrem pro mundo [
de feira de santana à vladvostok
conjecturações ínfimas coctidianicas nem menos nem mais banais do que
bananeiras à beira do lago]

como faltam cá na cidade as bananeiras e os lagos limpos
fiquemos com versos que amadurecem à luz do LED do monitor

ignorando
é claro,
o gravíssimo defeito de não virarem doce de banana
passadas algumas semanas de seu amadurecimento

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

essa triste alegria que sinto
tão raramente em meu íntimo

compensa a tristeza que vivo
parado insistente no ônibus.

na vida escapam os detalhes

Deus sabe o corte preciso que faz

eu, contando com a sorte
me sento no banco de trás.

domingo, 4 de novembro de 2007

tintins de lá

encosta o barco
se acomode
hoje não chove
hoje não chove.

o dia é longo, a noite é curta
o dia é longo
a noite

um rio correndo sozinho no canto da praia seu curso macio
que encontra o mar

um pouco de água que adoça
(ainda que não possa)
com o infinito do mar

com o infinito do mar

com o infinito.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

um pé além da porta

o momento de ir
foi o momento de rir
e pensar que se não fosse naquela hora
uma nuvem de culpa invadiria aquele sol

a sombra baixando
as cadeiras de praia se aproximando
sobressalto
salto junto
e ponho a última carta na canga
ali
naquela hora
se encontram dois mundos
distanciados por igual proximidade
e fazem do tempo
mero detalhe
10 anos em uma tarde
e já foi tarde
mas é que arde
minhas costas e meu peito.

sábado, 27 de outubro de 2007

ela

Passando para a próxima

ela dobra a esquina.
E num rebolar absoluto,
o polo negativo das nossas mentes não menos negativas
recai sobre a positividade da cena.
Os imãs se atraem.
É como se todas nossas certezas fossem condensadas naquele pedaço de corpo.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

memórias do 592 na enchente de amanhã de manhã

dormir a tarde embaralha a mente:
Dona Soledad pode dar de cara com um escravo sudanês que Koster registrara o intercurso com uma menina branquicéfala de família. Nada a temer. O dito cujo do dito cujo já havia sido capado com uma faca mal afiada, como registra Freire, referindo-se ao castigo aplicado ao escravo, no caso de caso com alguma filha do senhor. Fora o sal, fora o fato de ser enterrado vivo.
Nem filme de terror, nem cirurgia ao vivo na tv. O brasil colônia tinha um lado bem sombrio, que o estilo vivo e fluido do gilberto não consegue esconder. E o que dizer do fascínio pela fragmentação do mundo de Descartes, e a relação entre a filosofia chinesa e a nova concepção de física do século xxi? Tá faltando ying no mundo, até nas mulheres. Tá faltando ying no mundo.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

metáfora

pelas horas que correm
só se constata
que o que está vivo se mexe
falar do nada
é só metáfora

quando a saudade invade tudo
transborda pelo nariz e boca
um verde de lembrança
faz crer que o amor pelos outros é por mim também

e vice-versa
versa-vice
que o campeão não cabe em si
e vice-versa
versa-vice
eu ainda estou longe daqui

nem sei se existe um destino certo
por perto
onde a gente possa descansar
e pensar
não dá pra fazer nada
não dá pra evitar
dormir desperto que o destino ele é que vai nos levar
dormir desperto
que o destino é o destino.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

iminência ou imanência?

gosto das portas

dos limites

das entradas e saídas.

não sei se fico ou se vou:
me boto embaixo da soleira da porta
a salvo dos terremotos e furacões
(a salvo das decisões)

gosto das porteiras, dos mata-burros
pedaço de chão de sim e de não

olhando pra baixo
medindo o passo
no peito o compasso da espera:
apreensão.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

como lemos à guerra ou cinelândia de manhã

são as marcas da guerra
garranchadas na carne
arde que toma o gosto amarelado

são as marcas da guerra

esta tão doce guerra.

olhares descompassados miram o infinito de nós mesmos
miram o infinito e esperam.

mas quem espera demais

...

somente espera

é a guerra que o vencedor ganha com o vencido
que o perdedor pode virar amigo
selando a perda por W.O

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

o outro lado do mundo global e redondo

ultimamente fascinado pela cultura oriental e , mais especificamente, a cultura oriental dos orientais de olhos puxados, compartilho convosco o texto abaixo e dois filmes.

O primeiro, Rashômon (1950), do mestre japonês Akira Kurosawa, conta a história de um assassinato a partir de quatro pontos de vista diferentes (da mulher, do ladrão, do samurai morto e da testemunha). Você acredita na versão que achar mais convincente. Ou não acredita em nenhuma e assume que cada um vê as coisas de modo ligeiramente, ou em alguns casos, muito diferente.É genial. Estou baixando e vou tentar compartilhá-lo literalmente aqui se o doutor servidor aguentar o tranco de megabytes.

O outro filme chama-se "Sem fôlego" (2007) ou "Soom" no original. É do sul-coreano Kim ki Duk, autor de "Casa Vazia". O cara esculacha na sutileza dos personagens envolvidos, é um cara que faz cinema no vazio das coisas, no não-cinematográfico a princípio. Muito mais desencontros do que encontros. Enfim, vejam os filmes!!

Por agora dá uma olhada nesse texto que eu peguei na internet sobre o harakiri:



"Harakiri é um dos mais intrigantes e fascinantes aspectos do código de honra do samurai: consiste na obrigação ou dever do samurai de suicidar-se em determinadas situações, ou quando julga ter perdido a sua honra.
Significa literalmente "corte estomacal". Esse suicídio ritual também é chamado de seppuku.
Várias circunstâncias podiam levar o samurai a praticar o harakiri.

Entre elas:

- Como castigo e forma de recuperar a sua honra pessoal, uma vez que esta foi perdida em alguma atitude indigna do nome de sua família e de seus ancestrais;
- A fim de evitar ser prisioneiro em campos de batalha, pois era considerado imensa desonra entre os samurais se render ao adversário; assim, eles preferiam renunciar à vida do que entregar-se a mãos inimigas. Além disso, a rendição também não era uma boa escolha, pois os presos eram quase sempre torturados e maltratados;
- Em um ato de pura lealdade, o samurai chega a se matar para chamar a atenção de seu senhor (daimiô) a algo de errado que ele venha fazendo, advertendo-o. Alguns samurais também se suicidavam ao ver o declínio dos seus senhores, ou mesmo quando estes morriam, como forma de acompanhá-los eternamente e seguir o preceito de que um samurai não serve a mais de um daimiô em sua vida.

O ritual do harakiri era praticado da seguinte forma:

O samurai banhava-se, de forma a purificar o seu corpo e a sua alma e dirigia-se ao local de execução, onde se sentava à maneira oriental. Pegava então sua espada curta (wakizashi), ou um punhal afiado e enfiava a arma no lado esquerdo do abdômen, cortando a região central do corpo e terminava por puxar a lâmina para cima. Era importante o corte ser no abdômen, pois era considerado o centro do corpo, das emoções e do espírito para o povo japonês.
Assim, o samurai estaria literalmente cortando a sua "alma".

Importante também era para o samurai escrever um poema de morte, que era uma pequena composição poética onde o guerreiro deixava registradas as suas últimas impressões do mundo, algum desejo oculto ou simplesmente uma despedida formal.

A morte por evisceração era lenta e dolorosa, e podia levar horas. Apesar disso, o samurai devia mostrar absoluto controle de si mesmo, não podendo dar sinais de dor ou medo.

Ao lado do suicida ficava um amigo ou parente, o kaishakunin, que portava uma espada. Era uma espécie de assistente do ritual; se o samurai demonstrava não estar mais suportando a dor, o kaishakunin dava-lhe o golpe de misericórdia, decepando sua cabeça.

Seria considerada imensa falta de respeito se a cabeça do samurai rolasse diante de seus parentes, que geralmente também assistiam à execução. Por causa disso o kaishakunin devia acertar o pescoço do samurai de modo a deixar a sua cabeça pendendo, para que esta não fosse degolada. Assim, o kaishakunin devia ser um exímio espadachim, pois não poderia falhar em sua atuação. Era uma função considerada honrosa.

Tornou-se costume entre as famílias de samurais ensinar o filho homem, na véspera de ingressar na vida adulta, o modo exato de se praticar o seppuku.

Nem sempre o ritual era seguido à risca com todos os seus detalhes. Em alguns casos extremos como em campos de batalha, onde não havia tempo para tais preparos, o samurai abandonava a vida apenas enfiando a espada em sua barriga.
O primeiro harakiri registrado na história data de 1170, quando Minamoto Tametomo, figura quase lendária do clã Minamoto, suicida-se após perder uma batalha contra o também famoso clã dos Taira.
O suicídio ritual tinha grande significado para o povo japonês. Vencendo o medo da morte, o samurai vencia também esse grande enigma da humanidade e destacava-se então das outras classes existentes na época."

domingo, 7 de outubro de 2007

a lua e nós

somos íntimos de momento
de ver a lua crescer

parece que ela é a culpada
nos instiga a nos querer

depois vai embora afobada
e as nuvens
fiéis criadas
fazem de tudo para que não sobre nada

ocupam o céu.
a luz é apagada.
e nos esquecemos de nos querer

sábado, 6 de outubro de 2007

cruzo tantas esquinas
esquinas tantas com quinas

mas a brisa faz festinha
quanto mais fundo os olhares
maior a noção da vida

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Ethos tupinikim ou o próximo samba-enredo do bloco aqui da esquina

o brasil é mãe solteira
filho sem pai
é dor sem ai

sinho dotô
me adianta
que papai se adiantou

a lei é clara
quase transparente
quando os olhos não vêem
o bolso é que sente.

mas há de ter jeito
um dia vai dar jeito
fevereiro vem aí
dias jeitosos virão

Por enquanto deixa a cerveja
amanhã vou querer chandon

tu é meu camarada
um carrasco boa-praça
depois da carteirada
vem jantar lá em casa
vou mandar botar a mesa e fazer sua cama
na parte mais nobre da casa:

a senzala.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

amigo

Adentra pelo recinto
O bendito violão
Carregado de ousadia
Usado.
Fazedor de harmonia.
Portal para a inspiração.

domingo, 23 de setembro de 2007

SUM PAULO OU ANGÚSTIA DA CIDADE

A dúvida no ato me pegou desprevenido

O estampido do estalo de relance

Me fez pensar no instante

Da alta madrugada da Consolação.

Prédios e fumaça não me consolam
Metrôs e avenidas não me redimem
O que passa debaixo da terra
A mais de 200 por hora
É só mágoa e esperança
O que mata a massa de matéria não tem catedral que resolva.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

algumas palavras sobre o inexplicável

o infinito é uma onda

daquelas tão grandes que ninguém consegue surfar

uma onda que varreomarcéueterrasem ter espaço

pra escoar

e vai levando estrelas consigo
constelações inteiras
quando não galáxias.

Me contento em apenas
sentir sua microlésima passagem
Me arrepiar

Saber que o infinito passou por mim


E passa sem parar.

domingo, 16 de setembro de 2007

despistar-se
Das causas nada memoráveis
Contornáveis pela tangente

Tanta gente.

Confundir-se.
Confundem-se elas, que confundem a nós
E todos presos ficamos
Todos nós
Que tanto nos amamos

Todos sós.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

SINGULAR I.D

olhos abertos
penetram o ar

dilatadas pupilas
rodando ao pensar

máquina dissonante
falha ao copiar

adiciona um instante
anexa um singular

Produz um momento.
M= d X a

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Olhares em turbilhão

desencontros numerosos

tentativas em vão.

O silêncio que precede a palavra
Minunciosamente pensada
Cortada e recortada
Por entre decotes e coxas

A fêmea avista de longe
E vira o rosto de perto
perfumes se misturam no ar
pensamentos perdem-se ao longe
Haverá chance concreta
Ou seria mera especulação?
Quão farto mercado
Vastíssimo ecossistema
Que transforma em poema
Olhares olhados em vão.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

metafísica primária

A ordem é o caos
O caos é a ordem.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

sem data

Poesia não tem data
Que o que escapa
ao corpo é atemporal
nem momento nem hora
o agora se faz sem história
na ponta do dedo
o anti-momento.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Botafogo

que luz é essa
que vem vindo lá do céu
que vento é esse
gela as costas de risada
que mão é essa
com as minhas mãos tão dadas.

E a noite pressa
já é cedo, é madrugada

Botafogo é tão pequeno
hoje a noite percebi
uma frase é uma rua
um beijo, uma calçada
tão vazia, tão charmosa
enche a mente de poesia
que se expande nos suspiros
nas fronhas dos travesseiros
nos rostos e anelos
nas pontas dos seus cabelos

reflexo

o menino e os espelhos

entreolharam- se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se se

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Noite 1

Impossível ficar sem escrever. E quem escreve transborda além das paredes, por entre os fios, ares, onde der para reverberar. Chamei Paulinho da Viola bara abrir as porteiras da casa, que me lembrou sabiamente:

"Pra cantar samba
Vejo o tema na lembrança
Cego é quem vê
Só aonde a vista alcança
Mandei meu dicionário às favas
Mudo é quem só se comunica com palavras"

Perfeito. O mestre está coberto de razão.
Mas não perco meu apego às palavras. Elas podem fazer mais do que comunicar.
Pensando nisso, continuo:

Quero fazer prisma das palavras
decompor em sentimentos
Ir além do arco-íris

Quero refletir cor, mesmo as que não vejo
Quero decompor o branco
Esvaziar o preto
esfriar o vermelho

quero falar em 3ª pessoa
sujeito indeterminado que sou.

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