segunda-feira, 31 de março de 2008

pescoço

momento oportuno

área de transição

paraíso coberto discreto guardado

se me sento ao lado, não vejo
imagino
se me sento atrás também não vejo
sublimo

os cabelos tomados e guardados acima
o esticar da coluna
postura ereta
respirar pelas narinas

as mãos demonstram a harmonia inerente
aos pares
meus olhos se somam ao trabalho conjunto
focados
tomados
tragados
não vejo nem escuto
apenas sinto o cheiro
(meu cérebro bloqueado tem espaço para um último devaneio:)
o que seria do pescoço
sem o suave odor dos cabelos?

terça-feira, 25 de março de 2008

medo

às vezes salva uma vida

receio que sempre emperre outra

é a dose quem decide
se são doze
ou cento e vinte
se as pernas paralisam no meio da avenida
ou se o susto do beijo roubado
rende aquela paixão
mais do que bem-vinda

são segundos
vidas de partículas microscópicas
estilhaços de possibilidades
soprados de uma vez
uma
apenas uma vez
por mais que se lamente e se tente desesperadamente repetí-la

uma vez.

quarta-feira, 19 de março de 2008

a rua na barriga

415´s desgovernados

rompem minhas veias

em trânsito

432´s sem freio giram a roleta
das minhas idéias

591´s ou 592?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Haikai da motivação

malandro abre o olho

já se vai terminando o dia:

timidez e covardia estão mais próximos do que você queria.

sábado, 8 de março de 2008

quanto valem 5 minutos da vida?

[completo em minha falta
porém discreto]

visto preto
a cor da raça
na hora mais propícia à
caça
sigo eu sozinho e só atraio
as que me sentem de longe
no faro
e não é raro
que me sinto o cara mais completo
que vê o céu nascer cantando
vivendo o dia seguinte
de antemão
abrindo pros raios azuis

na-quase-semi-escuridão.

sentindo a passagem
(será que tudo passa?)
avistando miragens
(que é que tem mais graça?)
e sendo o que a vida
não me planejou de ser
arregalando os olhos
me beliscando pra ver.

segunda-feira, 3 de março de 2008

daquelas do caderno velho que eu nunca me lembraria ou aulas da faculdade que valem menos que uma poesia

A beleza é um pouco a mais.
Ligeiramente diferente;
Alguma coisa no olhar
ou no nariz

esperando o futuro virar passado
horas e horas se derretendo em estado
de mais pura fé em nada
condicionado ao ar condicionado
arcondicionado à minha condição.

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