sexta-feira, 30 de novembro de 2007

aquilo que tem graça

Ontem a noite descobri
Num súbito insight
No instante em que tomava de canudinho uma caipirinha de lima da pérsia
que
A música une as pessoas da forma mais poderosa que existe
Só competindo
Nesse quesito
Com o amor
Físico e não físico.

Só me resta concluir da forma mais e menos brega do mundo:
Isso mesmo:
música é amor, amor é musica


Não sei que melodia me mordeu
Não vi a harmonia que me atropelou
(as lágrimas estão caindo no teclado, não repare minhas palavras úmidas)
Só sei que o mundo ficou bem mais claro

Minha filosofia barata eu não vendo
Dou de graça.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Coqueiro




O coqueiro separado debruçado sobre a pedra encrustada sob o mar

boiando uniforme
pelas placas tectônicas

boiando uniforme
pelas placas tectônicas

circundando-se movendo-se

sob a lei da gravidade


circulando-se transladando-se

sem dó nem piedade


entra vem logo pra ver
você não pode esquecer
que amanhã pode ser


dia de fúria no mar


[é com imensa alegria e depois de horas tomando uma surra desse tal de flash fetish - bem que o eduardo disse que não era mole - que boto no ar o primeiro post multimídia da janela da caverna]


leiam a letra, ouçam a música, vejam o coqueiro separado que me inspirou



obs 1: o Pepe me ajudou a fazer a harmonia da segunda parte
obs 2 : essa gravação tá bem tosca. em breve a versão oficial do Olho da Terra

terça-feira, 27 de novembro de 2007

rádio pirata

nesses momentos anteriores à consumação do fato

a gente fala umas coisas
admite outras coisas
que depois nem se lembra

é como sintonizar uma antena
que nos deixa com espaço
para o preparo da cena.

uma antena pequena

as vezes sai do compasso

antenas muito grandes

atrapalham o ato.

se for uma rádio pirata
ótimo!
o negócio é deixar sintonizar

sem medo de errar.

aproveite o espaço
se aproveite das pausas
que o silêncio é o melhor amigo da música

domingo, 25 de novembro de 2007

a moral da música

anti-anti-anti-ontem
acordei tentando escrever
umas palavras como se fossem música

{como?}retirando a carga de sentido
fazendo da amoralidade musical abrigo

nem o nem o si têm um lado da moeda
cada nota fala por si
sem emitir opinião
o lá#sustenido não prega
uma letra do alcorão
O F7M não teme
o dia do juízo final
O Dº diminuto, decididamente, não é judeu
o mi nem sabe o dia do natal...

a opiniã da música é a de não ter opinião
nem é sim
nem é não
passeando pelo mundo
nem com o sim, nem com o não.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

sem capacete




os olhares de 1 segundo
corridos de bicicleta
que só acontecem por causa dela:

a bicicleta.

olhares de relance
mas de uma profundidade tamanha

olhados com desleixo
forçados pela circunstâncias passageiras
de um passeio de bicicleta

as retas favorecem
visões mais aguçadas
mas os que tem mais graça
são os olhares improvisados nas curvas
sincronizados por forças extra-terrenas.

apesar de durarem 1 segundo
reverberam por horas
dentro da mente silenciosa do ciclista

desprevinido.
sem capacete.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

mais uma vez refletindo acerca das remotas origens do fazer poético e coisa tal e lá vai fumaça

a parte detrás do caderno,
como livros hebraicos

tomada de trás para frente de pensamentos para!didáticos
transformou-se neste atual milênio

em pixels todos do mesmo tamanho

que abrem pro mundo [
de feira de santana à vladvostok
conjecturações ínfimas coctidianicas nem menos nem mais banais do que
bananeiras à beira do lago]

como faltam cá na cidade as bananeiras e os lagos limpos
fiquemos com versos que amadurecem à luz do LED do monitor

ignorando
é claro,
o gravíssimo defeito de não virarem doce de banana
passadas algumas semanas de seu amadurecimento

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

essa triste alegria que sinto
tão raramente em meu íntimo

compensa a tristeza que vivo
parado insistente no ônibus.

na vida escapam os detalhes

Deus sabe o corte preciso que faz

eu, contando com a sorte
me sento no banco de trás.

domingo, 4 de novembro de 2007

tintins de lá

encosta o barco
se acomode
hoje não chove
hoje não chove.

o dia é longo, a noite é curta
o dia é longo
a noite

um rio correndo sozinho no canto da praia seu curso macio
que encontra o mar

um pouco de água que adoça
(ainda que não possa)
com o infinito do mar

com o infinito do mar

com o infinito.

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