domingo, 30 de novembro de 2008

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Acelera nas curvas meu filho

o ator que existia
dentro de mim
entrou no armário e 
trancou a porta
deixou cá fora
um frasco de cola polar
pra colar de vez
mas nem tanto
a máscara que escolhi usar

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

ele não crê na teoria

num samba dois cinco um
Joaquim encontrou sua quinta na platéia
Voltou ao fundamental e já passou a quarta
Mas tinha um trítono no caminho.

tentou tocar na oitava acima
pra evitar mascaramento
seguindo a série harmônica
dos acontecimentos

insistiu na tônica
voltou ao tema

mudar de tom - disse ela
nem pensar

não são só 7 as notas do mundo-
argumentou Joaquim,
quem sabe a dissonância possa ajudar?

era aquela a melodia que ele queria
pra encaixar naquele choro sem ritmo
e sem retornello

mais triste que "Odeon".

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

fica até bom de não lembrar

o sonho que eu tive.

Era como estar em algum lugar
então sentir o que é estar

sempre a beira do mar

por entre as brechas desses prédios
se esvai
o sonho que eu tive
há quinze minutos
se esvai

pode ser que um dia eu vá lembrar
no quase agora onde eu estive

era uma festa de gente dormindo
uma festa de gente sem conversar

uma casa que tinha mais de mil portas
cada quarto
uma nota
a cada passo uma porta
que dava em outro sonho
cada mundo tão bisonho
que vontade acordar

terça-feira, 11 de novembro de 2008

cheiro de café entre a unha e o dedo

um livro de presente

só pra ter onde escrever a dedicatória

adesivo amassado

do candidato que permaneceu candidato

esquecido largado no canto do carro


serviu pra escrever este poema corrido
até o sinal abrir
quadrado

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