quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

bola o tempo

uma

pessoa em silêncio

É menos

Silêncio que oitenta

mil

 

80 mil silêncios

 

é mais silêncio

muito mais

(apesar de ser menos)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

de quem ouve de quem houve

converso com

meu irmão

no gogó

e violão

o conflito é um ré

diminuto

diminuindo

o espaço que há no mundo

 

(aquele espaço entre nós dois)

 

no verso

a palavra

parece

coisa rara

 

Palavra parece

quem Fala,

 

perece

quem Fala

 

Esquece

quem ouve

 

Pára

 

Se o que ouviu é coisa rara

 

quase tudo é coisa rara

 

quase tudo

é coisa para

 

musica,o mundo:

 

música

para

o mundo

 

música

pára

o mundo 

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

vontade de realidade

viver acordado

a verdade

do sonho

da tarde

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

tudo uma vez o é

como a roda do carro rodando na estrada parada

 

tudo

passa cada

vezmaisrápido, cada vez

mais rápi

que  vai chegar

uma hora

Que de taão rápido

tudovaiparar


nem vai dar tempo

de voltar a andar

Antes de parar de novo

pra voltar a andar mais uma vez


As coisas nem vão passar

como o tempo,

como

o momento


o é terno, como

 o momento

não tem

tempo.

 



é

 

 

 

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A Pessoa

Quanto

menos se vive

mais se

escreve

a(à)  pessoa

 

pensar é estar doente dos

olhos, sonhar

é estar saudável do quê

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

todos os .

são também…

.


terça-feira, 10 de novembro de 2009

Relacionamento:

ninguém muda ninguém até

alguém separar-se de alguém

sábado, 7 de novembro de 2009

Em pé na fila pra pagar no fim da festa, um canhoto, um carimbo e o diploma

esperando

Na fila pra pagar no fim da festa, minha cara

é uma espécie de cartela,resto de chão pelos olhos, a guerra

Espero oportuno, com a cartela na mão: são quadrados que marcam meu

álcool de espírito, a fila pra pagar vai dobrando o salão, são as notas

que marcam meu histórico escolar, e tome de gente na colação. No peito doeu, são penicos os ouvidos sempre limpos à espera do bolo alimentar de espírito; caixas de som, sintetizadores, os professores. 

Bate estaca teoria da comunicação

paciência pra esperar, palavras pra esperar, ciência pra esperar... religião?

força pra esperar

vontade

de pagar e ir deitar

 

Quantifiquem minhas águas e também as aguardentes

as matérias, cadeiras, as faltas freqüentes

qualifiquem o liquido

olhando os xizes do meu olhar

 

4 horas de cadeira por dia

(até que a moça do bar é gatinha)

sentado, ouvindo, escrevendo coisas como esta

no papel das nossas cabeças

20 anos de 4 horas de 5 dias por semana

às sextas-feiras

em pé na fila,  4 e meia

não nas cadeiras

com a cartela na mão esperando

o canhoto e o carimbo do bar

o diploma

esperando

na fila pra pagar

no fim da festa, minha cara

(e retorna pro início, como tudo nessa vida)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

sonhou

pensar

no rosto

de alguém

que não era esse alguém

no sonho?

 

[O motivo de não ser esse

alguém é um sentimento,

uma certeza de olhos fechados pois

Cada pessoa é um Alguém

que não se pode transformar em

palavra.

 

ainda bem!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

pensou

aparecer

no sonho

de alguém?

sábado, 24 de outubro de 2009

Hai cai depois do almoço, no chão da sala ou no sofá

Na companhia do sono

todas as companhias possíveis;

sonho.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Apinéia kleps

tenho fixação por frases longas:

cobras tecendo teias pra tentar sair do chão, saudade

daquela corrente de balas coloridas que não existe mais

cada bala uma cor, cada cor corante, cada corante animal


estico o braço duas vezes mais longe do que era capaz

[para quê? de me serve?!]

na hora do recreio,

[será porque a vida também é corrente?]

não dizia boa tarde, por favor, poderia,


queria muito, é certo que queria

com os olhos, as mãos, mudo

das frases longas

que mais tarde

me fixaria


frases de açúcar,

correntes de palavras,


são as correntes que ficam

mais do que as balas


é a relação

que nos prende;


correntes de balas kleps


terça-feira, 13 de outubro de 2009

a mãe

Sem um conjunto de símbolos para registrar as idéias musicais (sem papel, claves de sol ou mp3), os primeiros compositores dispunham de uma única mas poderosa superfície para guardar suas criações invisíveis:

 a memória.

 

Só ela poderia conservar

ordens de sons no mundo

fechado, das mentes,

lembrança

do ouvido interno


E o mundo aberto

Das festas, conversas

vidas compartilhadas

das histórias, Histórias, da fogueira, da rua, do bar

 

Música feita 

para ser lembrada

cantada

espalhada

festejada

Dominada

E dominante

terça-feira, 6 de outubro de 2009

sem chance pro mail delivery subsistem

eu

 sento pra tocar

ela

 levanta pra dançar


roda a saia pra dizer:

mú-si-ca

 

fecha o olho

para dizer melhor

chega perto para falar

mais alto

 

brisa forte

saiu daquelas cordas

entrou

girou

pra sair daquela saia

que saia, que saia

 

saia esse vento

 que já foi brisa,

 

só é vento porque mais de um sentiu.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Samba:

o que a missa tem de profana
o que a sacanagem tem de sagrada
o que a bondade tem de sacana

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Arvore genea lógica

lembrar é
imprevisto no caminho
do exercício natural
de esquecer, [muito
mais que o inverso]

previsto é só passar:
previsão é
passar

lembrar
é falha cirúrgica e
pontual,

um girino
que deu num sapo
ovo de tartaruga do Tamar

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

então ela me beijou forte

no sonho.

força dela
ou minha?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A mão

toca no braço
um misto de calma e
tendão
eu faço
carinho nas cordas
nas cordas
do braço
do meu violão

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

aquele rabo que morde a própria cobra

Metade da vida é sonho
a meta de vida é sonho

Metade da cor é cinza
a meta de cor é cinza

A meta
de palavra:
esforço


vontade do som,
o sonho
de virar cor

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

fatores da ordem

Viagem
é filhote de vida
dentro da barriga da mãe;
vida

Filhote
é viagem de vida
dentro da barriga da mãe;
mãe

Vida
é filhote de viagem
dentro da barriga da mãe;
uma viagem

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Escafandro

Dei um mergulho que me devolveu à areia com os dois ouvidos tapados. Já tinha me acontecido antes, mas sempre tudo voltava ao normal depois de alguns pulos de saci. Dessa vez o problema persiste e não paro de pensar como tudo fica tão sem expressão no silêncio.
Meu lado esquerdo tá na metade de sua capacidade. A caixa direita tá a uns 20 %.É o bastante para me sentir como se alguém tivesse esbarrado no mute do meu controle remoto.Os ônibus com pressa estão sem pressa, o azul do céu acizentado, sem vida. As britadeiras tão zen...

Sinistro. Acho que nunca tinha vivenciado tão profundamente o mundo sem som.

Me sinto isolado, fora de contato com o mundo. E um tanto mais auto-referente: a espessa camada de água salgada e cera que bloqueia a entrada do som deixa meus pensamentos mais altos e ecoando aqui dentro por mais tempo. Os ruídos lá fora amenizavam um pouco o ranger do motor. Todas as percepções ficam ainda mais parciais. Estou mais autista e mais pensativo. Um pouco mais calado do que de costume.

Deve ser por isso que acabei de escrever uma crônica.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Shark attack

Como
um canário que
canta pra chamar mulher

tubarão,
leão
Ou jacaré

Abro a boca
Mas não pergunto
Pra nós
animais
[felizmente]
Falta assunto

Filosofia dos olhos, cheiros e ouvidos
Natureza sem significado
só sentido

quinta-feira, 18 de junho de 2009

música

quebra
o discurso
risca o chão e segue o
curso

água corrente
que leva
tudo
escorre a lágrima
e limpa o fundo

água salgada
que pinga muda
acompanha os olhos
fonte de sal

reflete a frente
do dono dos olhos
reflete a mente
pelos olhos

cegos

para música

quinta-feira, 4 de junho de 2009

quantos são os girinos

nadando em
cristal líquido
(ou papel!)
para que se nasça
uma só

sapoesia.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Divagando na areia

Há quanto tempo
as ondas quebram na praia
em quanto tempo
uma onda quebra na beira
bunda que rouba meus
olhos costura na
beira da praia
rasteira
imagem que abunda na fronte
horizonte se perde na
areia

ouço barulho contínuo
do mar
além de ecos da minha cabeça...
o sol que sinto na pele me
guarda
silêncio que a calma incendeia

sozinho
lá em cima
é o rei que ensina e clareia
vale mais que 1000 anos de escola
gosto bom mas não é coca-cola
não há google
no mundo
páreo
pra ele.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

condições para tocar na banda

perder um pouco de si
sem dó
ganhar um pouco de lá
sem ré.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O


sexo dos is
criou o x.
sexo com x
fusão dos is:
necessidade de unir
perder o pingo;
unir
é perder
um pouco
de si
um pouco de i
o pingo do i

sexta-feira, 8 de maio de 2009

trama

memória
música
magia
imã
geladeira
cerveja
música
falta de memória
magia
falta de cerveja
olha no freezer
cabou?

terça-feira, 28 de abril de 2009

mantra

antes de ser música era
o som
antes de ser palavra era
só o som
antes de ser sentido
sentido
era só o mundo

era
só o
som

sentido no umbigo, sentido no fundo que trama as origens de tudo no mundo

Som

domingo, 26 de abril de 2009

sonho e

música

imatérias comuns
se abraçam e se dilatam
fumaça
que
transpassa
paira no céu
nuvem
ou algodão
os ouvidos para ouvir a parte de dentro

ouvidos
abertos enquanto
se dorme

o silêncio

silêncio mesmo

só pra quando não se sonha

terça-feira, 14 de abril de 2009

depois da Páscoa

uma imagem suscita
outra
uma palavra
suscita outra
um som
suscita
outro
uma pessoa suscita outra
e assim re- suscitativamente.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

monocórdio

palá vra vira ima gem

desemboca em palavra

gira a máquina da verdade
verdade é que gira sem parar
olhos abertos ou fechados
verdade é que gira melhor quando fechados

espreme esse líquido
pinga fora dos ouvidos
turva consciência
travesseiro molhado
olhar emburrado
não
entende
o que é sonhar.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

das formas de se caminhar por aí

a casa
lotada de caixas
e s p a ç osem espaçopranada
procurar por
procurar
acordar dentro do sonho

depois acordar
fora
dele

e duvidar
se o mundo
acordado
não é,
ele mesmo
só mais uma
parte,
alguns freimes
cortados
bocado de
sonho de

alguém.
...
acordado?

segunda-feira, 30 de março de 2009

no ar dentro de uma caixa voadora

não carregava nada
nenhum cordão pulseira ou
tatuagem


bastavam seus olhos


falavam pelo resto

comunicavam o não-
verbalizável

de maneira quase falada

não.

de maneira quase
telepática

segunda-feira, 23 de março de 2009

sonhou com legendas

acordou nublado.
se virou de lado
pra parar de sonhar.

quinta-feira, 12 de março de 2009

poesia II

é cotoco de giz
onde mais se desenha e menos diz
céu de poeta

sábado, 7 de março de 2009

poesia

é palavra de sunga
largada na areia
chupando picolé

quarta-feira, 4 de março de 2009

o olho esquerdo tem sede de movimento

largo poesia nas folhas secas
carentes de tinta
listas de compras
telas de cristais
líquidos, sólidos ou gasosos

propagandas de prédios
de plástico
no centímetro quadrado da borda
do jornal
branco como a neve

fugindo do tumulto
ali
calado.

centímetro
quadrado de papel calado.

caladinho.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

cheiro de carne

por toda avenida tomada
sorrisos de graça
escangalham
a rotina dos carros
engarrafamentos de gente
resto de cerveja caliente
olhares em profusão

na esquina do bloco

quem nunca
brincou com a probabilidade
de alguém
o desejo do mundo
transborda
em 3 dias
pingados

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

não me venha falar das abelhas


a música serve à dança

que serve ao amor

que serve ao homem

que serve à mulher

que dança como nenhum outro ser do planeta

e faz a música
voltar a ser mousiké

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dia de Iemanjá

a inexistência de limites
o mar em meus sonhos
é o espírito

ritmo constante
movimento da harmonia
melodia
em alto mar

respeito
tanta calma
que assusta

infinitasondas
quebramnaspraias
simultâneas
infinitas ondas me tiram da terra
e me jogam
no sonho

todas as noites

Um dia pra mim
é um grão de areia

para ele,
para ela:

pro mar.

sábado, 17 de janeiro de 2009

parei para olhar o tempo que não pára

me contento no instante

contornando o ruído do mundo

dando voltas incompletas num pedaço de universo

permeando o fio
que dá o nó

do umbigo

e faz a luz nascer de novo
o dia

domingo, 11 de janeiro de 2009

cantando tocando dançando

aprendi
a ler o olhar
da mulher
que quer amar

mas o amor
você já sabe
o quanto é bom
é o quanto arde

e a saudade
é o efeito
que quem ama
leva ao peito

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