segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Noite 1

Impossível ficar sem escrever. E quem escreve transborda além das paredes, por entre os fios, ares, onde der para reverberar. Chamei Paulinho da Viola bara abrir as porteiras da casa, que me lembrou sabiamente:

"Pra cantar samba
Vejo o tema na lembrança
Cego é quem vê
Só aonde a vista alcança
Mandei meu dicionário às favas
Mudo é quem só se comunica com palavras"

Perfeito. O mestre está coberto de razão.
Mas não perco meu apego às palavras. Elas podem fazer mais do que comunicar.
Pensando nisso, continuo:

Quero fazer prisma das palavras
decompor em sentimentos
Ir além do arco-íris

Quero refletir cor, mesmo as que não vejo
Quero decompor o branco
Esvaziar o preto
esfriar o vermelho

quero falar em 3ª pessoa
sujeito indeterminado que sou.

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