segunda-feira, 8 de outubro de 2007

o outro lado do mundo global e redondo

ultimamente fascinado pela cultura oriental e , mais especificamente, a cultura oriental dos orientais de olhos puxados, compartilho convosco o texto abaixo e dois filmes.

O primeiro, Rashômon (1950), do mestre japonês Akira Kurosawa, conta a história de um assassinato a partir de quatro pontos de vista diferentes (da mulher, do ladrão, do samurai morto e da testemunha). Você acredita na versão que achar mais convincente. Ou não acredita em nenhuma e assume que cada um vê as coisas de modo ligeiramente, ou em alguns casos, muito diferente.É genial. Estou baixando e vou tentar compartilhá-lo literalmente aqui se o doutor servidor aguentar o tranco de megabytes.

O outro filme chama-se "Sem fôlego" (2007) ou "Soom" no original. É do sul-coreano Kim ki Duk, autor de "Casa Vazia". O cara esculacha na sutileza dos personagens envolvidos, é um cara que faz cinema no vazio das coisas, no não-cinematográfico a princípio. Muito mais desencontros do que encontros. Enfim, vejam os filmes!!

Por agora dá uma olhada nesse texto que eu peguei na internet sobre o harakiri:



"Harakiri é um dos mais intrigantes e fascinantes aspectos do código de honra do samurai: consiste na obrigação ou dever do samurai de suicidar-se em determinadas situações, ou quando julga ter perdido a sua honra.
Significa literalmente "corte estomacal". Esse suicídio ritual também é chamado de seppuku.
Várias circunstâncias podiam levar o samurai a praticar o harakiri.

Entre elas:

- Como castigo e forma de recuperar a sua honra pessoal, uma vez que esta foi perdida em alguma atitude indigna do nome de sua família e de seus ancestrais;
- A fim de evitar ser prisioneiro em campos de batalha, pois era considerado imensa desonra entre os samurais se render ao adversário; assim, eles preferiam renunciar à vida do que entregar-se a mãos inimigas. Além disso, a rendição também não era uma boa escolha, pois os presos eram quase sempre torturados e maltratados;
- Em um ato de pura lealdade, o samurai chega a se matar para chamar a atenção de seu senhor (daimiô) a algo de errado que ele venha fazendo, advertendo-o. Alguns samurais também se suicidavam ao ver o declínio dos seus senhores, ou mesmo quando estes morriam, como forma de acompanhá-los eternamente e seguir o preceito de que um samurai não serve a mais de um daimiô em sua vida.

O ritual do harakiri era praticado da seguinte forma:

O samurai banhava-se, de forma a purificar o seu corpo e a sua alma e dirigia-se ao local de execução, onde se sentava à maneira oriental. Pegava então sua espada curta (wakizashi), ou um punhal afiado e enfiava a arma no lado esquerdo do abdômen, cortando a região central do corpo e terminava por puxar a lâmina para cima. Era importante o corte ser no abdômen, pois era considerado o centro do corpo, das emoções e do espírito para o povo japonês.
Assim, o samurai estaria literalmente cortando a sua "alma".

Importante também era para o samurai escrever um poema de morte, que era uma pequena composição poética onde o guerreiro deixava registradas as suas últimas impressões do mundo, algum desejo oculto ou simplesmente uma despedida formal.

A morte por evisceração era lenta e dolorosa, e podia levar horas. Apesar disso, o samurai devia mostrar absoluto controle de si mesmo, não podendo dar sinais de dor ou medo.

Ao lado do suicida ficava um amigo ou parente, o kaishakunin, que portava uma espada. Era uma espécie de assistente do ritual; se o samurai demonstrava não estar mais suportando a dor, o kaishakunin dava-lhe o golpe de misericórdia, decepando sua cabeça.

Seria considerada imensa falta de respeito se a cabeça do samurai rolasse diante de seus parentes, que geralmente também assistiam à execução. Por causa disso o kaishakunin devia acertar o pescoço do samurai de modo a deixar a sua cabeça pendendo, para que esta não fosse degolada. Assim, o kaishakunin devia ser um exímio espadachim, pois não poderia falhar em sua atuação. Era uma função considerada honrosa.

Tornou-se costume entre as famílias de samurais ensinar o filho homem, na véspera de ingressar na vida adulta, o modo exato de se praticar o seppuku.

Nem sempre o ritual era seguido à risca com todos os seus detalhes. Em alguns casos extremos como em campos de batalha, onde não havia tempo para tais preparos, o samurai abandonava a vida apenas enfiando a espada em sua barriga.
O primeiro harakiri registrado na história data de 1170, quando Minamoto Tametomo, figura quase lendária do clã Minamoto, suicida-se após perder uma batalha contra o também famoso clã dos Taira.
O suicídio ritual tinha grande significado para o povo japonês. Vencendo o medo da morte, o samurai vencia também esse grande enigma da humanidade e destacava-se então das outras classes existentes na época."

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